Epítome histórica va velha Santa Rita do Turvo
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Dom Viçoso
Ao sétimo bispo da Diocese de Mariana, o lusitano Dom Antônio Ferreira Viçoso é atribuído o topônimo do município, que teve o antigo, "Santa Rita do Turvo" alterado para "Viçosa de Santa Rita" às vésperas de se completar o primeiro aniversário de sua morte
Dois templos na década de 1950
As duas igrejas matrizes. À direita, o Santuário, concluído em 1954. Viçosa era habitada por 6.424 moradores em julho de 1950. A velha matriz, na esquina da rua Benjamim Araújo, mostrava visíveis sinais de deterioração em sua estrutura física e se tornava pequenina para a cidade
Cônego Vidigal
Ilustre filho de Viçosa, o Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho é considerado na atualidade um dos expoentes da oratória sacra no Brasil. Dentre outros grêmios literários ele integra o quadro da Academia Mineira de Letras
José Pinto Coelho
Nascido em Jequeri a 14 de novembro de 1897, o poeta e jornalista José Pinto Coelho teve uma das mais produtivas participações na imprensa escrita viçosense, surgida em novembro de 1892. Várias de suas crônicas são transcritas neste trabalho
Padre Belchior
O rio-pombense Pe. Belchior Máximo Homem da Costa foi pároco de Viçosa no princípio do século XX, por curto período, e primeiro provedor da Associação Casa de Caridade de Viçosa, mantenedora do hoje centenário Hospital São Sebastião
Emílio Jardim
Um dos próceres do Partido Republicano Mineiro (PRM) em Viçosa, o paracatuense Emílio Jardim, nascido a 22 de janeiro de 1874, advogado, presidiu a Câmara Municipal, sendo considerado um dos vultos da política regional
Cyro Bolivar
Primeiro prefeito após a instalação do governo municipal biorgânico, em 1936, ano em que Viçosa teve três prefeitos, o médico Dr. Cyro Bolivar de Araújo Moreira se destacou também na administração do Hospital São Sebastião, quando em sua administração como provedor se construiu o mais antigo pavilhão da Casa de Caridade de Viçosa, e também como diretor do Hospital Regional Federal da Matta. Neste último, funcionou, anexo, na atual rua Afonso Pena, um Posto de Profilaxia Rural
Teatro Paladinos
Na Praça do Rosário existiu o Cine Theatro Paladinos do Progresso. Informações: "Música, teatro, cinema, literatura e receação" e "Descortinando a Viçosa antiga", neste blog
Santuário Santa Rita
A Matriz de Santa Rita em construção (década de 1950). O templo é considerado um dos marcos da capacidade e generosidade do povo viçosense. Uma pequena cidade, em quatro anos, conduzida por um líder autêntico, construiu uma obra majestosa, confiante em sua capacidade de encetar um ciclo progressista de construções
Parrique
Neste blog são transcritos trechos de crônicas do jornalista, escrivão judicial e prefeito José da Costa Vaz de Melo. Candidato único à chefia do Executivo em 1950, quando se elegeu com 3.709 sufrágios, quando foram registrados 1.828 votos brancos, foi novamente candidato em 1962, sendo o primeiro derrotado pela oposição ao seu partido, o PR, na cidade, em eleições diretas para o cargo, quando venceu o pleito o comerciante Moacyr Andrade (foto abaixo)
Moacyr Andrade
Em 1962, Moacyr foi o primeiro prefeito, eleito, pela oposição (coligação PSD/PTB) ao Partido Republicano (PR) em Viçosa. Na ocasião ele contou com o apoio, informal, de elementos filiados à União Democrática Nacional (UDN)
Arnaldo Dias
Capitão Arnaldo Dias de Andrade foi o vereador que por mais vezes exerceu o mandato, tendo sido um dos três cidadãos a chefiar o Executivo no ano de 1936, o último antes da instalação do primeiro governo municipal biorgânico
Manobras militares
No período do regime militar, quando a repressão tinha máxima importância, a administração municipal de Viçosa sofreu intervenção federal, com o afastamento do então chefe do Executivo local, tabelião Geraldo Lopes de Faria. Na ocasião, foram executadas manobras de treinamento militar na cidade, sob o comando do General Itiberê Gouvêa do Amaral, retratado acima, então comandante da 4ª Região Militar, e cujo progenitor teria sido desafeto do ex-presidente Arthur Bernardes, de quem o prefeito afastado fora correligionário. Foi nomeado interventor Dr. Abel Jacinto Ganem Júnior, que veio de Belo Horizonte, e assessorado por Mário Calvão da Silveira, de São Lourenço (MG), até as eleições de 1970, quando se elegeu prefeito o médico Carlos Raymundo Torres
Fábrica e Colégio
De 1895, este prédio da antiga Rua das Vassouras (depois Rua Municipal e rua Virgílio Val) foi primeiro sede da Fábrica de Tecidos de Santa Maria, propriedade do industrial e senador Carlos Vaz de Mello. Atualmente é o pavilhão mais antigo da Escola Normal, da Congregação das Carmelitas da Divina Providência
Escola e Prefeitura
Este prédio, na praça Silviano Brandão, demolido na década de 1980, serviu inicialmente como Grupo Escolar Cel. Antônio da Silva Bernardes. Foi também sede dos Poderes Municipais. Por último, sediou o Colégio Estadual de Viçosa. Sua construção esteve a cargo de Joventino Octavio de Alencar. Neste mesmo lugar, na década de 1980, se erguera o colossal edifício-sede da Minas Caixa (depois da Caixa Econômica Federal), na esquina da atual travessa Presidente Tancredo Neves
Anélio Salles
No período compreendido entre novembro de 1932 e abril de 1933, quadra de grande turbulência política na região por conta da Revolução Constitucionalista, o farmacêutico Anélio de Salles foi o administrador público de Viçosa. Honestidade e austeridade foram marcas de seu governo. Nascido em Araponga em 1864 e falecido em Belo Horizonte em 1954, onde residiu desde 1934, foi tesoureiro geral do Estado assim que deixou a chefia da administração municipal. Residiu nos antigos distritos de Teixeiras e Herval (Ervália). Neste último uma das escolas públicas chegou a ter o seu nome
Gomes Barbosa
Quando da construção da Escola Superior de Agricultura e Veterinária (Esav) o administrador público de Viçosa era o advogado Antônio Gomes Barbosa, nascido em Alto do Rio Doce (MG)
Casa dos Bernardes
Residência de nº 69 da praça Silviano Brandão. Concluído em 1925, o majestoso solar foi residência do presidente do Brasil, Dr. Arthur Bernardes. Do varandim deste palacete, objeto da Lei Estadual nº 2014, de 4/12/1959, no governo de José Francisco Bias Fortes (Projeto do Deputado Carlos Vaz de Mello Megale - Nenê Megale) foi lançado o Manifesto de 1932 em favor da redemocratização do país, por seu proprietário, que então ocupava cadeira no Senado
Padre Mendes
O Cônego Antônio Mendes fez da vida pública o melhor meio para servir à comunidade. Presidiu a UDN local e depois se ligou ao MDB. Foi um disseminador de educandários em toda a Minas Gerais, beneficiando milhares de cidadãos. Falecido a 22 de janeiro de 2002, em Viçosa, legou à posteridade lições permanentes de civismo e entusiasmo na promoção do bem comum
Francisco Machado
Concunhado do ex-presidente Arthur Bernardes (genro do Dr. Carlos Vaz de Mello, o principal chefe político local no Império), o Dr. Francisco Machado de Magalhães Filho (Dr. Chiquinho), foi Juiz de Direito da Comarca de Viçosa e governou o município nos primeiros anos do século XX, quando da extinção dos Conselhos Distritais
José de Carvalho
Dr. José Lopes de Carvalho, primeiro mandatário municipal eleito após o fim do Estado Novo
Bello Lisboa
Fluminense, de Vassouras (Ipiranga), descendente do Duque de Caxias e do Almirante Tamandaré, o agrimensor e engenheiro civil João Carlos Bello Lisboa, falecido em 1973, foi especial contratado do governo mineiro, comandando, com apoio de 600 operários, a colossal infra-estrutura inicial da Escola Superior de Agricultura e Veterinária (ESAV), instituição que em 1927 iniciou suas atividades com 2 cursos médios (5 professores e 15 alunos). Ele foi também um sustentáculo do progresso da Viçosa, para além do campus, especialmente no Colégio de Viçosa. Pioneira na extensão agrícola em grande escala, no Brasil, a Semana do Fazendeiro foi, também, uma de suas criações
Geraldo Faria
No final da década de 1960 o tabelião Geraldo Lopes de Faria foi prefeito por curto período, quando desenvolveu profícua administração, interrompida por uma intervenção federal. Data de 6 de agosto de 1970 o primeiro registro do interventor, no arquivo da Prefeitura de Viçosa
Manuel Silvino
O mestre-escola e tenente-coronel da Guarda Nacional, Manuel Bernardes de Souza Silvino, que em Viçosa fora juiz municipal e coletor de rendas, foi o primeiro cidadão a assumir a presidência da Câmara Municipal quando da emancipação político-administrativa da então Santa Rita do Turvo, em 1873. O mais antigo livro de registros do Legislativo Municipal, em seu termo de abertura, tem nele aposta a rubrica "Silvino"
Lira Santa Rita
Uma das mais antigas formações da tradicional banda musical
Câmara e Ginásio
Primeira sede da Câmara, Tribunal de Justiça (andar superior) e Cadeia (andar inferior), depois sede do Gymnasio e Colégio de Viçosa, e ainda Grupo Escolar, na esquina direita da Rua dos Passos com a praça Silviano Brandão, 136. A existência deste edifício, como próprio municipal, foi a condição sine qua non para a emancipação político-administrativa de Santa Rita do Turvo (Viçosa). Demolido em 1951, no governo do prefeito José da Costa Vaz de Mello, o histórico prédio foi edificado em terrenos do Largo da Matriz, doados pelas famílias Silva Soares Cabral, Faria Reis e Gomes
Raymundo Torres
Dr. Raymundo, médico benemérito, foi o prefeito que instituiu o "Dia da Municipalidade" (30 de setembro) em 1961. No princípio do século XX, comemorava-se o aniversário de emancipação política de Viçosa em 22 de janeiro
Sylvio Romeo
Ex-prefeito de Bonfim (MG), Dr. Sylvio Romeo Cezar de Araújo, falecido aos 50 anos de idade, natural de Barbacena, a exemplo de outros ex-prefeitos (ou superintendentes municipais) exerceu o cargo por nomeação. No caso dele, nomeado pelo cunhado, o governador Benedicto Valadares Ribeiro, até 1945, quando o regime democrático foi parcialmente restabelecido, tendo sido seu sucessor imediato, José Martins Palhano, que governou por cinco meses, até 1946. Em 1968, Dr. Sylvio foi o segundo colocado nas eleições para prefeito de Viçosa, pelo PSD
J. Theotônio Pacheco
Dr. José Theotônio Pacheco, natural de São José do Barroso, a atual cidade de Paula Cândido, foi um dos principais líderes políticos de Viçosa durante o regime imperial e nos primórdios da República. Presidente do Conselho de Intendência, presidente da Câmara Municipal com atribuições legislativas e executivas e agente executivo autônomo, ele governou o município entre 1891 e 1897
João Braz
Empossado, pela primeira vez, a 17 de maio de 1927, Dr. João Braz da Costa Val somou, em seus dois mandatos, mais de uma década à frente do governo viçosense, tendo sido o último presidente da Câmara com atribuições de agente executivo, até 1930. Mantido no cargo até mesmo após a Revolução de 3 de Outubro, quando apoiou a Aliança Liberal, foi prefeito entre janeiro de 1931 e outubro de 1932. O cargo só foi regulamentado na Constituição de 16 de julho de 1934. Com a adoção do "Estado Novo", substituiu o Dr. Cyro Bolivar na administração municipal no dia 15 de novembro de 1937, permanecendo prefeito até 1º de março de 1943, sendo substituído pelo Dr. Sylvio Romeo
Cônego Modesto
O Monsenhor Modesto Paiva liderou, na década de 1950, a construção do Santuário de Santa Rita. Falecido a 16/2/1996, em Juiz de Fora, ele foi sepultado no Cemitério Dom Viçoso. Seus restos mortais foram transladados a 19/5/2005 para o Batistério do Santuário de Santa Rita, templo construído em tempo recorde, sob sua liderança, a partir de 1951. “E isto aconteceu porque um vigário de qualidades excepcionais, encarnação perfeita e completa da autoridade, padrão das mais puras e nobres virtudes, o enérgico e humilde, culto e despretencioso, pobre e desprendido, infundidor de confiança e catalizador de boa vontade, ergueu a sua batuta e comandou a orquestra do querer e realizar de seus paroquianos. Assim, em tempo recorde, a Santa Padroeira ganhou a sua morada e Viçosa assistiu a construção de sua bela Matriz"
Prof. Palhano
A 2 de dezembro de 1945 a democracia seria, em parte, restabelecida, ocasião em que assumiu a administração municipal, José Martins Palhano, sucedendo a Sylvio Romeo Cezar de Araújo. No Instituto Metodista Izabela Hendrix, da capital mineira, ministrou Francês e Economia Política.. Nascido em São Luís, no Maranhão, faleceu em dezembro de 1980
Toninho Chequer
Descendente de libaneses, o empresário Antônio Chequer foi, no século XX, o cidadão que pelo voto direto mais vezes governou, como prefeito, o município: o eleitorado lhe conferiu três mandatos, nas décadas de 1970, 1980 e 1990. Viçosa, sua terra natal, proporcionou-lhe o maior cortejo fúnebre de sua história. Da Praça do Rosário ao alto da rua Padre Serafim, só se viam cabeças humanas à hora de seu sepultamento. Altruísta, dedicou sua mocidade, conforme destacou o Presidente JK, "a serviço do engrandecimento de Viçosa". Foi o responsável, dentre outras obras públicas, pelo surgimento de diversos bairros em toda a periferia da cidade, nas décadas de 1960 e 1970
Professor Alberto
Prof. Alberto Álvaro Pacheco, falecido a 15/7/1963, "velho e inesquecível educador, apoiado no castão de sua bengala, a fisionomia sumida entre os cabelos e as barbas cor de marfim, distribuindo cumprimentos e sorrisos", como registra-se em crônica, administrou com "pulso férreo" o nacionalmente prestigioso Gymnasio surgido em 1913, precursor do Colégio de Viçosa, sucedendo, dentre outros, aos mestres pioneiros Alípio Peres, Arnaldo Carneiro Viana e Lívio Carneiro, sendo talvez o maior batalhador pela sobrevivência do educandário. Em 1954 disputou a eleição para prefeito, pelo PSD, quando venceu o comerciante João Francisco da Silva, do PR
Rebello Horta
Após exercer o cargo de Juiz Municipal, entre 1912 e 1918 em dois mandatos consecutivos, e em 1933, por dois períodos distintos, Dr. José Ricardo Rebello Horta governou Viçosa. No seu primeiro mandato foi inaugurado o jardim público da praça Silviano Brandão e seu primeiro coreto, de ferro batido
Pe. Carlos dos Reis
Foi Pe. Carlos dos Reis Baêta Braga, mineiro de Conselheiro Lafaiete, quem mais tempo permaneceu à frente da Paróquia de Santa Rita: 42 anos. Dizia encontrar na convivência com seus paroquianos “uma porfia de mútua correspondência”, e a ele coube dar continuidade e ampliar a obra do Cônego Modesto num período em que começaram a se estabelecer na cidade diversas igrejas cristãs de denominações diversas, a partir da década de 1960